Land Art de Goldsworthy

Olá Amigos
Bem Vindos ao Jardim!

A Arte é contemplação; é o prazer do espírito que penetra a Natureza e descobre que a Natureza também tem alma. (Auguste Rodin)

No Post “Arte + Natureza”, falei sobre a Land Art como conceito, processos e definições. Citei também alguns artistas que, a partir deste post, apresentarei para que vocês possam conhecer melhor, como cada um se destacou neste universo, que integra Arte e Natureza para o nosso deleite e inspiração…

Andy Goldsworthy é um brilhante artista britânico que colabora com a Natureza para fazer suas criações. Além da Inglaterra e da Escócia, seus trabalhos também foram criados no Polo Norte, no Japão, no Outback Australiano, nos EUA e em muitos outros paises.
Goldsworthy, cria suas obras em paisagens naturais com elementos naturais para a realização de obras esculturais de simplicidade enganosa, muitas vezes alcançando proezas incríveis de equilíbrio e tempo no seu processo. Se permanecem efêmeras ou destinadas a idade, com o tempo, suas obras inspiram tranqüilidade e introspecção sobre a beleza do mundo como um organismo vivo, em estado contínuo de mudança.

Goldsworthy considera suas obras como transitórias e efêmeras, por isso fotografa cada uma logo em seguida, e na década de 1980, deu inicio a publicações de livros de fotografias que documentam seu trabalho. Seu objetivo é entender a Natureza, participando dela diretamente e o mais intimamente que pode durante o processo de suas criações. Ele geralmente trabalha com o que vêm às mãos espontneamente: galhos, folhas, pedras, neve, gelo, junco, espinhos, etc., e sobre seu trabalho, costuma dizer: “Eu aprecio a liberdade de usar apenas as minhas mãos, e como ferramentas, aquilo que encontro como uma pedra afiada por exemplo, ou a pena de uma ave, espinhos, etc., aproveitando as oportunidades que cada dia oferece; se está nevando, eu trabalho com a neve; se encontro folhas caídas então meu trabalho será com folhas”. Para o artista, olhar, tocar o material, sentir o lugar e formas são indissociáveis da obra resultante, sendo difícil dizer onde um termina e o outro começa. Segundo Goldsworthy, “a energia e o espaço em torno de um material são tão importantes como a energia e o espaço interior.”

Quando trabalho com uma folha, pedra ou pau, não considero apenas o material em si, e sim uma abertura para os processos da vida, dentro e em torno deles, pois ao deixa-los, esses processos vão continuar. (Andy Goldsworthy)

Movimento, mudança de luz, crescimento e decadência são forças vitais da Natureza, as energias que tento focar através do meu trabalho. Preciso do choque do contato, a resistência do lugar, materiais e tempo, a terra como minha fonte. A Natureza está sempre em estado de mudança e a mudança é a chave para o entendimento. Quero que a minha Arte seja sensível e atente às mudanças do material, época e condições meteorológicas. Cada trabalho cresce, estaca e decai. Processos e decadência estão implicitos. A transitoriedade do meu trabalho reflete o que eu encontro naturalmente na Natureza. (Andy Goldsworthy)

Efêmera, orgânica, reflexiva, a Arte icônica de Andy Goldsworthy é famosa em todo o mundo nas suas diversas formas de interpretar as mudanças sutis de tempo e lugar.

Dentre os trabalhos mais famosos estão o “River stone” na Universidade de Stanford, feita a partir dos escombros deixados após o terremoto de Loma Pietra, e “Draw pedra de Youg Museum”, em Golden Gate Park, em São Francisco que também lembram os terremotos que ocorreram por lá e seus efeitos. Goldsworthy tira sua inspiração de lugares e cria Arte a partir de materiais encontrados por perto, nos quais se esforça para fazer conexões entre o que chamamos de Natureza e o que chamamos de humano.

O Diretor alemão Thomas Riedelsheimer criou um documentário sobre o artista em 2001, intitulado “Rivers and Tides de Andy Goldsworthy”, que você pode assistir na integra no youTube, e também  parte do documentário num pequeno clipe Aqui.

Resultado da sua busca e encontro com a paisagem, com seu trabalho Andy Goldsworthy, nesse encontro, depara-se com oportunidades para a criação de obras que ocorre na maioria das vezes de forma intuitiva através do processo que envolve o artista e a forma criada que se traduz uma transformação, resultado da sua intenção em querer “ir mais além da superfície”. 

A humanização, implícita nas obras da Land Art, decorrente da integração de artista e o meio natural nos processos construtivos, trazem a tona a poética inerente da beleza da Natureza como um todo: lugares, espaços, formas, texturas, cores, luzes, ventos, chuvas, sol… sem que haja destruição para a construção das obras. E, nesse sentido, cabe a reflexão sobre a degradação da Natureza em prol da sua preservação.

Abraços,
Sejamos Felizes!

Imagens: web.

Land Art de Goldsworthy

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